segunda-feira, 21 de março de 2011

Madrugadas




Tudo já foi dito do amor e restou apenas meu peito para sentir
O que ainda não foi dito nem por sábios nem por poetas.
Ainda vivo como um homem velho entre goles de vida
Amargos como vodca e café sem açúcar.
Você tornou-se a medida do que suaviza o todo árduo da vida.
Vou te contar um segredo confessional, agora, não depois.
As madrugadas são momentos esperados por mim
Eu as vivo intensamente.
O mistério, o frio, a liberdade e você,
Tudo o que amo presente em todas elas.
É na madrugada líquida que posso ser eu mesmo por estar só,
Que posso estar com você da forma mais verdadeira,
Que você se dá pra mim,
Pois é meu sonho, minha imaginação
Que dá o tom de todos os nossos atos e
Apenas somos interrompidos quando os pingos de água
Te levam de mim de volta pra você.
Nessa viagem de volta às vezes
Um pouco de mim é levado, mas não o
Suficiente pra te fazer recordar
A felicidade que te é ofertada em sonhos alheios e
Seguimos assim, eu e você juntos e felizes
Até que despertemos.
E volto para os goles de vida amargos como vodca e café,
Mas com uma dose a mais de dor
Até que venha a próxima madrugada e o próximo sonho.



quarta-feira, 2 de março de 2011

Flores ao vigarista




Eu vejo a poesia na alma do vigarista,
O homem que é chamado de frio
Esconde em seu coração
As dores de amores
E as cores das noites chuvosas e iluminadas.
Tenho culpa dolorosa em meu coração,
Pois não trouxe as flores delicadas do cerrado
Para acalentar seu coração um pouco machucado.
O vigarista se escode por trás de uma fachada
Tão fácil de ser desmascarada, pois sua beleza
Não é só externa e aparente,
Ela é perceptível e delicada.
Os olhos mais atentos e a quem tenha ele dado permissão
Verão em seu coração, carinho, amor, luz e além da dor, paixão.
Todos verão como eu vi a clareza e a alegria
Do vigarista que me inspira em noites chuvosas de verão.