domingo, 17 de abril de 2011

Camisa Branca


          Em um dia de abril, um instante, um encontro, um espaço curto no tempo, mas que se transformou em algo tão significativo que acabou se tornando a mais leve e doce lembrança que tenho de você, belo rapaz ingênuo de olhos cor de chuva. Você distraidamente no meu caminho, eu iria apenas deixar um amigo na esquina e voltei com saudades de você. O cheiro do teu perfume me trouxe saudades e teu abraço me deixou vazio. Um comentário sobre a minha camisa branca, um abraço mais demorado que o usual, eu interrompendo como sempre o abraço, ato tão típico de mim. Você me convida, eu recuso, a noite não será a mesma sem nós um pro outro, você diz. Desde você e daquele dia, não levei mais meus amigos até as esquinas e essa camisa branca que usei perpetuou aquele momento e o teu cheiro, e sinto isso cada vez que a uso. Não sei mais se gosto da camisa ou do que você falou dela, mas sei que a visto para ouvir suas palavras e te ver novamente em minha busca pelo que já passou. Você declinaria das propostas para aquela noite se eu te oferecesse a mão e um café em um terraço qualquer, mas faltaram palavras e meu desanimo por saber como tudo findaria me fez declinar eu mesmo da minha felicidade. Me questiono ainda se o teu sorriso se deu por saber exatamente o que eu sabia sobre nós ou era o mais puro e belo convite a partilhar da sua companhia?  Belo sorriso o seu. Bela camisa a minha.