domingo, 26 de dezembro de 2010

Sentimentos de uma noite vazia...


Os sentimentos vêm em profusão, literalmente misturados e diluídos em água. Me sinto triste, confuso e amargurado e pior que isso, sinto uma culpa enorme por sentir-me assim. O otimismo se esvaiu nesses instantes recentes que rondam a minha atmosfera. Me encontro aqui, pois as palavras saem mais concretas, constituídas, e talvez se elas se construírem e saírem de mim possam levar consigo o seu conteúdo e o seu sentido. Mais nada a dizer e nem choveu hoje.

domingo, 5 de dezembro de 2010

A chuva gosta de mim


A chuva gosta de mim, é claro
Eu sinto, mas não sei dizer como gosto dela
Gostaria que chovessem palavras da minha boca
E sentimentos bons no meu coração
Para que em fim me sentisse fecundo
Como me sinto na chuva
Ai ! Meu deus, acho que vai chover!

                                               Alberon Lopes

Me dei uma oportunidade




Gosto sim das coisas definidas, mas me surpreendo com as surpresas agradáveis que a vida me leva a encontrar e quase sempre me acostumo à algumas ruins que vem junto pra equilibrar o movimento da vida. O professor Lourival Holanda me fez refletir muito, pode ser surpresa para alguns eu dizer isso, mas é verdade.  A proposta de Louri (Chamamos carinhosamente ele assim na presença de sua ausência) foi e é o contato livre com a literatura, com o texto, com a arte, com o ler e escrever, o sentir o cheiro dos textos e dos sentimentos. Me surpreendi querendo escrever. Coisas talvez que só me interessem ou que interessem a bem poucos, mas que são um “eu” que existe, mas que o “EU” não dá espaço. Confuso né? Mas é pra ser assim mesmo, o meu momento de liberdade, de pensar, de sentir e meus pensamentos nem sempre são exatos ou diretos e ordenados. Mas com certeza os sinto e devido a isso me devo essa oportunidade.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sobre as hienas...

Desde o dia 08 de Março de 2010 as aulas começaram na primeira turma noturna do curso de Letras da UFPE, como se esperava, as relações entre as pessoas se desenvolveram e tomaram diferentes graus e perspectivas. Nós nos ajustamos e nos desajustamos, ficamos esperançosos e desiludidos, nos aproximamos e nos distanciamos até o ponto em que estamos agora, neste fim de semestre. Entre todo esse processo de mutuo conhecimento as risadas provocadas e provocadoras de algumas pessoas parece que soaram mais alto no hall do CAC, na frente dele, e mais freqüentemente nas ultimas cadeiras do ônibus 440-CDU/Caxangá/Boa Viagem. Os donos dessas risadas são pessoas tão esperançosas, felizes, tristes, reflexivas, maldosas até, mas porque não dizer tão normais que só se diferenciam das outras pelo apreço que têm pela companhia uns dos outros, pelo humor exagerado com que levam a vida acadêmica, por serem solidários com os “aperreios” uns dos outros e por não esquecerem de colocar o nome do outro na ata de freqüência.  As risadas nos constituíram as hienas do CAC. A menina-linda-mulherzinha-menino-camarada-sonhadora-libertadora-forte Luíza, a quem me acostumei em tudo menos em colocar seu nome sem acento.  Minha ligação natural com minha loucura externa. E talvez eu seja a razão dos pés dela no chão, não sei, mas segundo ela há essa relação do peixe com o touro ascendendo e significando no universo. Claudiana a rainha do “então...” tão expansiva em pensamento, em sentimento, em revolta por injustiças que meus olhos “cegos” não vêem e minhas mãos que parecem curtas não alcançam. Ela é um lado da moeda que eu não tinha contato, uma mistura de menina realista e mulher fantástica, sonha, sonha, sonha, mas não um sonho bobo, se é que existe algum, mas sonhos que lhe são peculiares pois, sem eles seria ela como uma árvore sem folhas, despida de motivos pra respirar. Ela é em tudo tão complexa e tão inexplicável que só me atrevo a lhe atribuir um simples então...para começar e terminar de descrevê-la . Carolina, Querol, Doçura, preocupação com a vida, com trabalhos, uma pessoa que se esforça em fazer as coisas com esmero, feliz, pelo menos é o que seu sorriso demonstra mesmo que não o seja sempre, ela é um ser que trai a infelicidade com seu olhar cativante de mulher linda. E além de mim, as hienas agora aos poucos incorporam outro menino, Getúlio, Geti. Criatura linda, esforçada, admirável, tão modesto, e com sorriso difícil, nem tão facilmente comunicável, mas que é tão fácil de gostar que eu nem esperava. Mas que pra mim já é uma hiena, é um membro da família do fundo do ônibus. É claro tudo isso é construído nas relações que firmamos e firmaremos, mas é importante dizer que às vezes, em alguns dias quando metade da vontade que se tem de sair de casa é por encontrar essas pessoas, fico com a certeza que tem algo muito bonito sendo construído a cada dia.